Sempre desejou ter um cão? Gostaria muito que os seus filhos crescessem com um animal de estimação, mas tem receio de trazer um animal para o seio da família? Saiba que já é possível “ter” um cão, sem o ter em casa.
Se calhar este assunto é desconhecido para muitos, mas já há bastante tempo que é possível ter um cão ou um gato, sem ser o seu dono. Digamos que se trata de um meio termo muito especial.
Como assim?
As associações de protecção animal acolhem, todos os anos, centenas de animais abandonados. É sabido que a altura em que ocorrem mais abandonos é no verão. “Porque não dá jeito”. “Porque não tenho com quem deixar”, e por aí fora.
Embora a lei seja clara, provar uma situação de abandono nem sempre é fácil. Na calada da noite ou no meio de uma auto-estrada, a cobardia impera. Donos que sabem que estão a errar mas, ainda assim, vão avante com a decisão de abandonar o seu animal de estimação. As desculpas multiplicam-se, assim como, a quantidade de animais deixados à mercê da sua própria sorte, sem dono, cuidados, comida…
Alguns chegam à atenção de instituições de solidariedade e protecção animal, outros, infelizmente, ficam pelo caminho. Àqueles que encontram nestas instituições uma outra casa é possível dar uma nova sorte: adoptando, apadrinhando ou acolhendo!
Boas notícias
Todos temos a possibilidade de fazer a diferença. E é aqui que entra, também, quem sempre quis ter um cão ou um gato, só que nunca encontrou as condições ideais. Ou quem deseja que os seus filhos cresçam com um animal de estimação por perto, mas “não tem vida para isso” e para o compromisso que isso exige. E se lhe disser que pode assumir um compromisso, por assim dizer, distante?
A União Zoófila existe desde 1951, e no próximo dia 17 de Novembro cumprirá 67 anos de trabalho e de luta. Lidera uma missão muito bem conseguida, embora persistentemente inacabada, na defesa e protecção de animais domésticos abandonados e em risco. É uma associação sem fins lucrativos, não recebendo, portanto, qualquer apoio estatal. Não obstante, a UZ persiste. Conta, assim, com as quotas dos sócios e com os donativos feitos por pessoas que se sensibilizam com a causa.
A realidade dos números
Nesta altura, a UZ alberga cerca de 600 cães e 200 gatos. Números alarmantes e que exigem muito trabalho e dedicação, à mesma proporção que geram despesas. A alimentação, os cuidados e os tratamentos veterinários estão a cargo da instituição de utilidade pública e não têm fim à vista. Por essa razão, o trabalho da UZ é pertinente e contínuo há mais de meio século.
O abandono pura e simplesmente não acaba e os maus tratos aos animais não deixam de acontecer (embora ambos sejam puníveis por lei). Igualmente, as necessidades daqueles que tiveram a oportunidade de serem resgatados não têm um limite fixável.
A par e passo com tudo o que de mau acontece, a UZ conta com trabalho voluntário. Nesta associação trabalham diariamente voluntários de todas as idades. Todos contribuem para que aqueles que estão ao seu cuidado tenham as melhores condições possíveis, bem como, algum do afecto de que precisam. Mas eles precisam de mais…
Apadrinhe!
A mensagem é importante! Em que é que um apadrinhamento vai beneficiar a minha família ou os meus filhos? As vantagens são diversas, uma lista longa demais para desvendar aqui. A melhor maneira é, certamente, apadrinhar e descobrir por si, em família, o que de bom traz essa ação solidária.
Adianto apenas algumas ideias positivas. Primeiro que tudo, o facto de estar a passar ao seu filho uma mensagem de solidariedade e compaixão por outro ser vivo. Depois, o incutir da responsabilidade que significa ser padrinho ou madrinha de um animal. É fundamental que os mais pequenos entendam o papel activo e preponderante que desempenham na vida deste animal que, de certa forma, acolheram. E por fim, o prazer, o entretenimento e a amizade crescente que podem passar uns aos outros, essa última, que pode tornar-se um amor sem fim!
Em que consiste o apadrinhamento?
“Apadrinhar um animal abandonado é contribuir directamente para a sua protecção e bem-estar através do pagamento de um valor mensal que cobrirá uma parte da despesa que a associação tem com o animal em causa. Todos os animais acolhidos na UZ podem ser apadrinhados, mas é importante dar prioridade aos animais mais carenciados e com menos probabilidades de serem adoptados: os séniores, doentes e animais com características particulares em termos de personalidade que impossibilitam a sua adopção.”
Mas não só do pagamento vive o apadrinhamento de um animal. Até porque o sortudo que é apadrinhado não o sabe e, por isso, os padrinhos podem participar directamente na vida do seu “afilhado”, contribuindo com um pouco do seu tempo e do seu carinho.
Podem visitar o animal ou animais escolhidos todos os dias entre as 14 e as 17 horas. É permitido levá-los a passear e podem, ainda, participar nos passeios organizados pela instituição que reúnem vários padrinhos e respectivos animais num dia animado com muitas patas, caudas a abanar, descontração e partilha. ATENÇÃO: em dias de chuva não há adopções, não há visitas, nem passeios!
Queremos apadrinhar um animal
Para se tornar padrinho ou madrinha é, sobretudo, preciso muita vontade de ajudar e de fazer a diferença. É importante não esquecer que está em jogo a vida de um animal abandonado e sem família!
Posto isto, o procedimento é muito simples! Basta escolher o animal que a sua família quer apadrinhar através da consulta das fichas de cães ou de gatos que estão para adopção. Uma vez decidido deve preencher a ficha de apadrinhamento e enviar para [email protected] juntamente com o respectivo comprovativo de pagamento.
Tenha atenção que alguns animais têm mais necessidades do que outros, quer seja por estarem doentes ou por serem mais velhinhos. Também que há alguns que já têm um ou mais madrinhas e padrinhos. Se quer mesmo ajudar privilegie, então, a sua escolha para um animal que ainda não receba nenhuma contribuição.
Mas há mais…
Se conhecer alguém que ficará sensibilizado com esta causa, e que gostaria de apadrinhar um animal também tem a possibilidade de oferecer um apadrinhamento. A iniciativa “Somos por eles” permite que “ofereça aos seus amigos e familiares um presente solidário: O apadrinhamento de um animal abandonado”.
Família de acolhimento temporário
A União Zoófila lança, porém, outro desafio igualmente interessante. As famílias que não podem ou não querem assumir a responsabilidade de apadrinhar ou adoptar um animal, podem registar-se para ajudar temporariamente.
Registando-se como família de acolhimento poderá receber em sua casa um animal em situação de risco durante um tempo limitado. E não se preocupe porque “A UZ encara a inscrição como uma manifestação de disponibilidade.”
O facto de se registar na base de dados da instituição “não constitui uma obrigação permanente”, todavia, o seu tecto e a sua ajuda, para alguns animais “pode fazer toda a diferença: entre sobreviver ou não, entre recuperar a confiança nas pessoas e poder ser adoptado, ou ficar irremediavelmente condenado a viver o resto da vida num canil/gatil.”
Para vir a ser uma família de acolhimento basta que preencha a ficha de voluntário (FAT) e envie para [email protected]. Pode aproveitar e expor todas as suas dúvidas e receios. É importante que tenha, claramente, a noção do papel que a sua família pretende assumir e da responsabilidade que é acolher um cão em situação de abandono.
Sempre quis ter um cão
Desta forma poderá realizar o seu sonho ou o sonho dos seus filhos sem ter de assumir o compromisso absoluto de ter um cão ou um gato em casa. De pequeno é que se aprende a respeitar e valorizar os seres vivos. Daí se leva um ensinamento para a vida. E já não há desculpas de “não querer um cão em casa”, pois, para isso há soluções!
Cuidar de um animal ensina responsabilidade, traz crescimento emocional e melhora a saúde física e mental. Leva, aliás, a pequenada para longe dos ecrãs e até à rua, o que nos dias de hoje é um desafio.
Apadrinhe, acolha, ou adopte!
Ensine ao seu filho o valor da vida animal e, inegavelmente, o valor acrescido que os animais podem trazer à nossa vida.
Se a União Zoófila fica longe de sua casa ou fora de caminho consulte aqui outras associações de solidariedade animal que possam estar mais perto de si. Veja como pode apadrinhar ou contribuir para causas animais. Envolva os seus filhos e a sua família nessa decisão. A maior recompensa será o fiel companheiro que a sua família ganhará para a vida. E a aprendizagem que todos tirarão da experiência.