Informações disponibilizadas nos “Planos de Contingência” da Direção Geral de Saúde relativamente ao Verão e Ondas de Calor.
Face às ondas de calor que se têm feito sentir e que estão previstas para este Verão resolvemos reunir algumas informações e recomendações essenciais para a segurança de adultos e principalmente das crianças e que esperamos o ajudem a aproveitar o Verão ao máximo, mas sempre em segurança.
RECOMENDAÇÕES GERAIS PARA A POPULAÇÃO DA DIRECÇAO GERAL DA SAÚDE
Em casos de exposição prolongada a temperaturas elevadas podem surgir efeitos negativos na saúde, em particular em períodos de Ondas de Calor, que compreendem um largo espectro de condições variando de um relativamente ligeiro rubor, edema, síncope, cãibras e exaustão por calor, até ao golpe de calor ameaçador para a vida. A exposição a períodos de calor intenso, durante vários dias consecutivos constitui uma agressão para o organismo, podendo conduzir à desidratação, ao agravamento de doenças crónicas, a um esgotamento ou a um golpe de calor, situação muito grave e que pode provocar danos irreversíveis na saúde, ou inclusive levar à morte.
As emissões provenientes do sol e que atingem a superfície terrestre incluem a luz visível, o calor e a radiação ultravioleta (UV). Os três elementos são fundamentais e benéficos para a vida humana desde que a exposição seja a adequada, caso contrário, a exposição excessiva pode acarretar vários problemas de saúde, dos quais se destacam no caso do calor, a desidratação e o ‘golpe de calor’, e no caso dos ultravioletas o cancro da pele e as cataratas.
Em Portugal, os níveis de UV são frequentemente elevados durante todo o ano, independentemente da temperatura. Porém enquanto que no Inverno, a utilização de roupas relativamente densas e que cobrem grande parte do corpo permitem proteger, em simultâneo, do frio e das radiações UV, na época de Verão, as temperaturas mais elevadas, levam à diminuição do número de peças de roupa e, consequentemente, à exposição de grande parte do corpo, muitas vezes sem a consciência dos efeitos que daí podem advir
para a saúde humana.
Assim, em períodos de temperaturas amenas ou elevadas a escolha do vestuário, deve ter em conta quer o controlo da temperatura corporal (libertando-o do calor em excesso) mas também dos raios UV, que podem apresentar níveis elevados mesmo quando as temperaturas são baixas.
Para a prevenção dos efeitos do calor intenso recomendam-se as seguintes medidas:
• Aumentar a ingestão de água, ou sumos de fruta natural sem adição de açúcar, mesmo sem ter sede e evitar bebidas com elevados teores de açúcar.
• Os recém-nascidos, as crianças, as pessoas idosas e as pessoas doentes, podem não sentir, ou não manifestar sede, pelo que são particularmente vulneráveis – ofereça-lhes água e esteja atento e vigilante.
• Devem fazer-se refeições leves e mais frequentes. São de evitar as refeições pesadas e muito condimentadas.
• Permanecer duas a três horas por dia num ambiente fresco, ou com ar condicionado, pode evitar as consequências nefastas do calor, particularmente no caso de crianças, pessoas idosas ou pessoas com doenças crónicas. Se não dispõe de ar condicionado, visite centros comerciais, cinemas, museus ou outros locais que disponham de ar condicionado. Evite as mudanças bruscas de temperatura. Informe-se sobre a existência de locais de “abrigo climatizados” perto de si.
• No período de maior calor tome um duche de água tépida ou fria. Evite, no entanto, mudanças bruscas de temperatura (um duche gelado, imediatamente depois de se ter apanhado muito calor, pode causar hipotermia, principalmente em pessoas idosas ou em crianças).
• Evite a exposição direta ao sol, em especial entre as 11 e as 17 horas. Sempre que se expuser ao sol, ou andar ao ar livre, use um protetor solar com um índice de proteção elevado (igual ou superior a 30) e renove a sua aplicação sempre que estiver exposto ao sol (de 2 em 2 horas) e se estiver molhado ou se transpirou bastante. Quando regressa da praia ou piscina volte a aplicar protetor solar, principalmente nas horas de calor intenso e radiação ultravioleta elevada.
• Sempre que andar ao ar livre, use roupas que evitem a exposição direta da pele ao sol, particularmente nas horas de maior incidência solar. Use chapéu, de preferência, de abas largas e óculos que ofereçam proteção contra a radiação UVA e UVB.
• Evite a permanência em viaturas expostas ao sol, principalmente nos períodos de maior calor, sobretudo em filas de trânsito e parques de estacionamento. Se não tiver ar condicionado, não feche completamente as janelas. Leve água suficiente ou sumos de fruta naturais sem adição de açúcar, para a viagem e, pare para os beber. Sempre que possível viaje de noite.
• Nunca deixe crianças, doentes ou pessoas idosas dentro de veículos expostos ao sol.
• Sempre que possível, diminua os esforços físicos e repouse frequentemente em locais à
sombra, frescos e arejados. Evite atividades que exijam esforço físico.
• Use roupa larga, leve e fresca, de preferência de algodão.
• Use menos roupa na cama, sobretudo quando se tratar de bebés e de doentes acamados.
• Evite que o calor entre dentro das habitações. Corra as persianas, ou portadas e mantenha o ar circulante dentro de casa. Ao entardecer, quando a temperatura no exterior for inferior àquela que se verifica no interior do edifício, provocar correntes de ar, tendo em atenção os efeitos prejudiciais desta situação.
Para a prevenção dos efeitos nocivos dos UV recomendam-se as seguintes medidas:
Nos meses de Verão, em que a exposição à radiação solar é mais frequente e consequentemente, a exposição à radiação UV é maior, deve ter-se particular atenção quando:
• o céu se apresenta encoberto, pois mesmo nestes casos, os níveis de radiação UV podem ser elevados, devido à sua dispersão pelas moléculas de água e outras partículas da atmosfera;
• ocorre reflexão, uma vez que a radiação UV é refletida em vários graus por diferentes superfícies, por exemplo, a areia seca da praia reflete cerca de 15% da radiação e a espuma do mar cerca de 25%;
• se permanece debaixo de uma sombra, por exemplo a sombra de uma árvore ou de um chapéu-de-sol não oferece suficiente proteção contra a radiação UV.
As crianças com menos de seis meses não devem ser sujeitos a exposição solar e deve evitar-se a exposição direta de crianças com menos de três anos. As radiações solares podem provocar queimaduras da pele, mesmo debaixo de um chapéu-de-sol; a água do mar e a areia da praia também refletem os raios solares e estar dentro de água não evita as queimaduras solares das zonas expostas. As queimaduras solares diminuem a capacidade da pele para arrefecer.
A escolha do vestuário deve ser feita de modo a ser eficaz na proteção contra o calor
excessivo mas também contra as radiações UV, recomendando-se:
A utilização de vestuário apropriado é uma das condições essenciais para a libertação do calor excessivo salientando-se os seguintes aspetos:
• Devem usar-se peças de roupa leves, largas e frescas, de preferência de algodão ou poliéster. Quando exposto ao sol, se os tecidos forem pouco densos optar pelas cores escuras. Quando o tecido é mais denso, não poroso, optar pelas cores claras. Deve aplicar-se protetor solar nas áreas expostas diretamente ao sol;
• Se andarem ao ar livre as crianças e pessoas de pele clara devem usar chapéu, de preferência de abas largas, e óculos escuros;
• Durante a noite, dormir com roupas leves e largas.
• No caso dos bebés, nos períodos de sono ao longo do dia, utilizar vestuário leve, sem os cobrir com lençóis ou cobertores.
• Os familiares de idosos que revelem insensibilidade à temperatura ambiente devem procurar aconselhá-los na roupa que utilizam.
Atualmente, já se encontra à venda vestuário específico para proteção UV. Este tipo de vestuário é especialmente tratado com determinados compostos absorvedores de UV, que previnem a passagem quer de radiação UVA e de UVB, sem alterar as suas características e conforto. Sempre que haja exposição solar para além dos cuidados na escolha do vestuário é importante que se utilizem protetores solares de índice elevado (≥30), pois estes constituem uma forma eficaz de proteção contra os efeitos indesejáveis provenientes do sol.
No entanto, a melhor e mais eficaz proteção para a pele contra a radiação ultravioleta é o uso de roupa apropriada e que cubra o corpo o máximo possível.
Contudo, nem todas as peças de vestuário são adequadas quando se trata de proteger a pele, com eficácia, contra a radiação UV. Devem ter-se em atenção algumas características, como o design da peça de roupa, a densidade e composição do tecido, a cor, o grau de elasticidade e o conteúdo de humidade.
• A proteção contra a radiação UV é tanto maior quanto maior for a densidade do tecido, ou seja, com uma composição hermeticamente tecida ou de malha;
• A maioria dos tecidos de algodão ou com uma mistura de algodão com poliéster providenciam uma boa proteção contra a radiação UV. Os algodões contém pigmentos especiais denominados ligninas que atuam como absorvedores de UV enquanto os poliésteres refletem a radiação;
• As cores mais escuras (preto, azul, verde ou vermelho escuro) apesar de se tornarem mais quentes, são mais eficazes do que as mais claras (branco, azul ou verde claro) em bloquear a passagem da radiação UV;
• A maior parte das peças de vestuário oferecem pouca proteção à radiação UV quando se encontram húmidas, esticadas ou desgastadas. Contudo, a lavagem repetida pode aumentar o nível de proteção, principalmente em tecidos como o algodão, pela redução dos espaços existentes entre as fibras do tecido.
Durante os últimos anos, foi introduzido o conceito de Factor de Proteção Ultravioleta (UPF), e em alguns países, os fabricantes incluem este fator nas etiquetas de vestuário.
UPF indica a quantidade de radiação UV que é absorvida pela peça de roupa e é o equivalente ao Factor de Proteção Solar (SPF) nos protetores solares.
Quanto maior for o valor de UPF menor é a quantidade de radiação UV que atinge a pele. Por exemplo, um material com uma UPF de 20 apenas permite a passagem de 1/20 da radiação UV para a pele, ou seja, o material absorve 95% da radiação deixando passar 5%.
Para mais informações:
Website: www.dgs.pt (área “Especial Verão”)
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