Podcast Empreendedorismo Infantil – Miguel Muñoz Duarte – Co-Autor Lemonade Festival
Conheça o nosso programa para criar pequenos empreendedores a partir de casa.
O Miguel Muñoz Duarte é Professor de Empreendedorismo na Nova SBE.
Empreendedor de longa data e Co-criador do Lemonade Festival.
O Miguel é um dos sócios da IMatch onde trabalha com dezenas de grandes empresas e promove concursos de empreendedorismo com o Big Smart Cities da Vodafone, ou grande eventos como o Building the Future.
O Miguel tem um pensamento próprio sobre o Empreendedorismo que recomendamos conhecer.
O Miguel tem 3 filhos e uma forma particular de acompanhar a sua educação.
O Empreendedorismo Infantil é uma disciplina como outra qualquer. Baseia-se no estímulo de várias competências que dão a qualquer criança a capacidade de empreender e apostar nas suas ideias.
Conheça a iMatch https://imatch.pt/
Conheça a Nova SBE: https://www2.novasbe.unl.pt/en/
Building the Future: https://buildingthefuture.pt/
Bom dia.
Como estás?
Tá tudo impecável.
Epah isto é um enorme privilégio ter te aqui, mas hoje vamos fazer uma coisa um bocadinho diferente, vamos falar sobre empreendedorismo. Que é o teu super poder.
E para quem nos está ouvir, eu queria apresentar o Miguel como, ele é professor de empreendedorismo da Nova SBE. É um empreendedor já muito experiente, Co-Promotor do Lemonade Festival, vamos falar sobre todas essas coisas um bocadinho. E para simplificar, quem tem seguido o podcast tem visto que eu já convidei pediatras, psicólogos, professores, pais e mães, portanto tudo relacionado com a infância. E o Miguel é o pediatra, é o psicólogo, é mãe e o pai de algumas delas e definitivamente professor de muitas destas empresas. E a nível pessoal, é um mentor de empreendorismo já há alguns anos e portanto muito me honra ter-tte aqui.
Obrigado.
Miguel, ora essa.
O que é que para ti na tua definição, o que é que dirias o empreendedorismo?
Como é que eu definiria o empreendedorismo… Uma pergunta estrutural e complexa.
Epah, quer dizer.. há muitas definições aí pela pela internet fora, na academia em tudo mais.
Por tanto eu, quase que tentar definir agora eu próprio, seria sempre minimizar todo o conhecimento que existe, mas ainda assim, eu posso dar algumas notas daquilo que para mim é o empreendedorismo.
Sendo que eu dividiria o que é empreendedorismo do que é empresarialismo, eu acho que muitas vezes é confundido.
Há muitas pessoas que pensam que o imperialismo é montar uma empresa, e não é necessariamente montar uma empresa, há muitas pessoas que acham que o empreendedorismo é toda a jornada de uma pessoa que faz uma carreira por si própria, que monta os seus próprios negócios e que faz toda essa jornada.
Eu acho que não é bem assim.
Porque na verdade na verdade, quer dizer uma pessoa pode ser empreendedora em diferentes contextos.
Uma pessoa pode ser empreendedora num contexto empresarial em que monta o seu próprio negócio, mas também pode ser num contexto social em que faz… monta um algum tipo de ONG ou projeto que tem um objetivo melhorar alguma coisa, ou resolver alguma coisa na sociedade ou nas comunidades, pronto pode ser empreendedor num contexto empresarial, ou seja, cooperativa, vamos chamar-lhe assim.
Dentro de uma empresa grande, a pessoa começa uma nova área de negócio, lança produtos, tem uma série de iniciativas, lança projetos e portanto isso também é ser empreendedor, portanto para mim empreendedor ou empreendedorismo tem a ver com a iniciativa. Tem a ver com procurar, fazer mexer o status quo, eu diria que essa é resumidamente.
A iniciativa até dentro de casa não é?
Estamos aqui num contexto mais mais de educação, com a mente empreendedora pode ser em casa fazer alguma coisa que não é… uma criança pode ser empreendedora sem montar uma empresa não é?
Claro .
E por tanto.. essa é a definição, essa é a definição de empreendedorismo.
Não tem necessariamente que ver, com o que fala nas notícias, com o mundo das start ups e com todo este, este bus, que às vezes é criada à volta, à volta de um palavrão que fica bem em qualquer discurso político e qualquer… em qualquer intervenção que faças em qualquer conferência não..
Até já se fala da Igreja Universal do Reino do empreendedorismo não é? Como o Ricardo Araújo Pereira brincou com o fato.
Mas eu acho que não é por aí, acho que o empreendedorismo para mim é mais um skill e uma competência e é mais uma mentalidade, algo que tu tens, no teu adn ou que trabalhas para ser mais, mas para ter iniciativa à comissão, a palavra chave se calhar é a iniciativa.
Muito bem.
Ou a proatividade talvez não é, ou a proatividade também é outra palavra…
Muito bem.
E em termos de pilares ou de principais conceitos, o que é que achas que é importante nutrir para se conseguir empreender?
Nós temos aqui um entendimento muito parecido, que o empreendedorismo pode ser considerada uma disciplina, e portanto podemos ensiná-lo.
Mas temos que o simplificar, temos que encontrar aqui capítulos que simplificam se calhar o bolo que é o empreendedorismo.
Do teu ponto de vista, o que é que achas, como é que achas que podemos subdividir o empreendedorismo? O que é são os conceitos principais ou as sub disciplinas de empreendedorismo?
Eu acho que um… claramente, eu julgo que mais do que se ensinar, que eu acho que não, palavra perigosa, eu acho que se pode aprender. E que é diferente não é, ensinar parte de um pressuposto que alguém, superiormente vai passar algum conhecimento.
E eu, como sabes, não defendo muito essa teoria do ensinar, do iluminado que vai mostrar o caminho aos fiéis, acho que é possível aprender sim, acho que é possível treinar sim e acho no limite o que nós chamamos de o professor, nesse caso seria mais um facilitador desse contexto de aprendizagem.
E portanto eu acredito muito em que é possível, criar um espaço, criar um contexto, onde estas competências, estas iniciativas, estas metodologias para a empreender podem ser treinadas e apreendidas.
Esta seria a minha definição, daquilo que é mais do que ensinar.
Top-down…
Eu acredito mais nesta criação deste espaço, neste contexto, para que de facto estas novas ferramentas, estas novas mentalidades vão emergindo e vão se treinando.
Agora é preciso fazê-lo num contexto mais seguro, num contexto protegido, num contexto reflexivo que muitas vezes também não é uma das coisas que mais fazemos na educação ,mas se tu tiveres oportunidade de ir experimentando, ir pensando e refletindo sobre o que está a fazer, tu vais incorporando essas mesmas características e ferramentas dentro da tua da tua bagagem normal.
E portanto este para mim seria uma nota importante, que é não se ensina, eu acho que se aprende e se facilita.
Dito isto, o que é que parece mais que são os pilares para isso acontecer…
Eu acho que há um pilar importante que é desaprender.
Ok porque isso é, seria o primeiro onde eu começaria. Porque acho que se nós não desaprendermos uma série de enviesamentos que desde muito cedo somos, vá pela educação,quer em casa, quer em social, quer formal. Que nós vamos tendo aqui mais ou menos no nosso, na nossa na nossa matriz.
Não é?…
Podes nos dar uns exemplos?
Claro que sim, claro que sim e tou a falar isto não é só em Portugal, eu acho que esta educação, neste aspecto, é muito comum, salvo algumas excessões que é muito e boas, mas a educação tradicional tipicamente e até em casa, treinamos não para ter iniciativa, mas para obedecer, mas para cumprir, mas para seguir.
E por tanto quer dizer desde cedo e vamos educação e tão longe disclaimer, tão longe de também eu próprio a não cometer estas mesmas falácias dentro da minha própria casa, mas desde cedo, tu dizes é assim que se faz, não é assim.
Não é?
Tu dizes. isto podes, isto não podes.
Tu dizes para a direita não é para a esquerda. Pois isto cá em casa não é?
Depois vais às escolas não é? E nas escolas dizes olha resposta certa, resposta errada, maneira certa de fazer as coisas, maneira errada, vais seguir aqui esta agenda, vais fazer este planeamento vais fazer estas coisas.
Portanto nós claramente estamos aqui a fazer.. a formatar as pessoas para um determinado o tipo de pensamento e de ação.
Portanto o empreendedorismo primeira coisa que tens de fazer é desaprender muitas destas coisas e dou exemplo no meu contexto se calhar é mais fácil também incorporar, falo em uma universidade de gestão, onde se ensina a gerir as realidades, não é, empresariais, mas também de outros contextos, mas sobretudo gestão.
E na gestão há muito esta coisa de ok um planejamento e análise de uma determinada realidade, um conjunto definição de estratégias, de objetivos, de planos, de ação e depois a execução monitorização e medição e depois voltamos à casa de partida e isto é um ciclo da gestão do ciclo da gestão que pode ser anual e tem outros ciclos mais pequenos eventualmente durante um qualquer um ciclo da operação.
Ora bem, tu quando chegas ao empreendedorismo, se não desaprendes claramente..
E desaprender não é tirar a…apagar completamente o teu cérebro se não percebes que a diferença entre esse tipo de sistema de ação versos o que tu precisas de fazer numa realidade diferente que é o empreendedorismo. Não percebes estas diferenças dificilmente tu conseguirás explorar o máximo do potencial do empreendedorismo.
E porquê?
Epah, porque estas, este ferramental e este mindset que estamos aqui a falar, esta forma de pensar e de fazer da gestão aplica-se as habilidades que são conhecidas, a mercados que são conhecidos a empresa que têm tipicamente já a sua lods operandi, os seus modelos de negócio, as suas formas de operar muito definidas não é?
E que certo não é? Vamos lá otimizar, maximizar, afinar a máquina que já está em movimento.
No empreendedorismo não é assim. Não há máquina, não há movimento, pelo contrário, há inércia e pah a realidade os carris não existem, não estão à tua frente e portanto mais do que uma locomotiva em andamento, que tu vais afinando aqui como maquinista ou como passageiro, ou como contribuinte desta marca esta máquina, tu aqui não tens que carruagem sequer, não tens carrinhos, não tens nada não é? Uma tábua tens uma um conjunto de intenções, tens energia e pouco mais.
E portanto tens de desaprender um bocadinho do maquinismo, tens que desaprender do comboio não é? Para dizer assim, agora vamos lá criar aqui um novo meio de transporte de para me levar a B e vamos ter que explorar, a palavra pilar para mim seria desaprender, desaprendizagem.
E a seguir?
Num podcast de aprendizagem fica sempre bem, a seguir eu diria que as pessoas muitas vezes, tendência natural e epah, eu vejo isto muito na minha faculdade, malta inteligente não é? Que tem todo este maquinismo dos comboios, já vem bem absorvido, o que era e é terem uma ideia.
Ok já percebi.
Então agora vou focar-me na ideia.
Ah, tive uma ideia!
A ideia é que é importante não é?
Eu acho que é preciso reconhecer que a ideia não vale nada, a ideia vale muito pouco, a ideia, repara a ideia com uma má equipa, com a equipa errada vale zero ou próximo de zero ou vale negativo.
Uma ideia no contexto errado vale muito pouco, uma ideia sem sorte, sem ter um pingo de sorte, vale nada, uma ideia sem de alguma maneira, sem execução não é?
Sem fazermos alguma coisa para implementarmos também não vale nada, porque eu costumo dizer que o cemitério está cheio de boas ideias e portanto mais do que olharmos para as ideias que é outro fator que também temos de travar um pouco.
Acho que vale muito mais a pena olhar para o problemas não é? Vamos tentar encontrar aqui problemas que valham a pena resolver.
E portanto tipicamente, eu gostava, gosto muito mais de fazer mais, do que ediação eu posto na exploração, portanto desaprendizagem, depois exploração mais do que depois por o Bob the Builder do que chapéu do Bob the builder vale mais a pena por o chapéu do.. ou do Indiana Jones à procura da arca perdida, porque é aí que nós temos que focar o segundo esforço, pois a partir daí quando encontrarmos um realmente, um problema que valha a pena resolver, num setor específico, numa coisa muito concreta, tipicamente é preferível ser específico do que ser que se genérico.
Aí sim, depois vamos ter de pôr a nossa criatividade ao serviço desse problema que encontramos para o resolver criar uma solução e este seria o meu terceiro pilar, a criatividade e o engenho, se quisermos, vamos dizer desenha aí em português, rasca aí é muito útil, mas se não for estrategicamente em curado destes dois outros pilares não funciona nada.
E depois para mim a seguir a isso, também vai uma parte essencial, que é a execução.
Muitas pessoas pensam, ok, já tive e já encontrei o problema, já tive uma ideia dos diabos de uma solução.
Então agora vou implementar.
Fazer um plano de negócios e implementar.
Antes disso, vem outro pilar essencial e que é a validação, a experimentação, onde vamos vamos ter que, porque não temos os recursos infinitos e porque não conhecemos o suficiente sobre aquela realidade.
Nós vamos ter que tentar mitigar o risco, diminuir esse risco, experimentando, tentando fazer algumas experiências que nos permitam ir buscar dados ao evidências ao mercado.
Portanto conseguimos de alguma maneira de diminuir o risco e aumentar as hipóteses de termos sucesso com isso mesmo.
Por isso eu diria que estes são os pilares.
E não sei se realmente são demais, mas mas na verdade eles são quase também cronologicamente progressivos e portanto acabam por funcionar bem.
Ok, sabes que sempre vai haver gente que acha que está uma questão inata, não é?
Esta pessoa nasceu para ser empreendedora, olha para ele, lá vai ele com o seu enésimo negócio, correm muita bem. Nasceu com perseverança, tem uma grande capacidade de trabalho, tem um perfil de risco muito favorável, consegue arriscar, é muito dinâmica, muito criativo, é muito inovador, tem muita autoconfiança, tem muito sentido de oportunidade.
E pronto eu percebo.
Realmente eu também me consigo inspirar com pessoas assim, parece que pronto, não vem ali do estudos.
Mas depois há outras, pronto.. eu olhei para trás de ti e vejo um monte de livros, é obvio que está aí muita coisa que ajuda não é?
Portanto eu queria era um bocadinho, reforçar… ou não, pronto alguns são ruído mas pronto eu queria reforçar um bocadinho que realmente há muito conhecimento escrito e sistematizado.
E abre boas fontes de inspiração, pronto. Umas mais científicas outras um bocadinho mais emocionais.
Sim, mas deixa-me só contradizer já isso.
É verdade, pode haver claro, mas se fosse assim tu irias para uma aldeia remota em África ou perdido na Ásia e temos aqui maus empreendedores.
Tu ias para famílias menos privilegiadas não é?
Como dizem os americanos, underserved não é?
E dirias que “underserved community” não têm e pode-se dizer empreendedores.
E não eu não acredito nisso tipo, portanto eu acho que de facto pode te ajudar a ter mais ferramentas, menos ferramentas, mas não acho que nasce com nós, não acho que seja proporcional ao conhecimento, pelo contrário. Tipicamente onde há muito conhecimento de até há mais ou menos, se quiseres a parte empresarial do empreendedorismo montar a empresa, mais à frente, as universidades nem sempre são os sítios também onde os próprios… a própria academia é relativamente aversa à mudança do status comum.
Mas portanto eu não acho que seja assim, eu acho há outras matrizes importantes isso já foi estudado e debatido N e N vezes, mas eu não vejo assim, não vejo que seja inato, não vejo que seja também adquirido por tu pores um USB e fazeres download de conhecimento.
Acho sim mais os contextos de ação, os contextos em que te inseres, as oportunidades que tu tens para realmente treinares e a praticares isso.
E a necessidade não é? Que o que tens também de o fazer, porque num contexto que te obriga ou que te permite treinar isso, normalmente emerge naturalmente o ser humano não é?
Desde o tempo das cavernas, como é que se caça? Com calhaus não estamos a conseguir caçar o mamute.
Então isso vamos afinando, vamos por cima e portanto assim dando inventividade humana já está..
Essa sim é inata e portanto eu acredito mais neste… na criação de ambientes e contextos pro-iniciativa não é?
Do que… epah, do que a administração de doses de mágicas de empreendedorismo.
Não há vacinas, meu caro, para isto no caso.
Para a pandemia do status comum não há vacinas e portanto há mais ginásios.
Concordo. Olha, da tua experiência achas que o empreendedor é feliz?
É eu sei que esta é dura.
Não, acho que um empreendedor é um ser humano.
Portanto acho que sim, acho que é feliz alguns outros, alguns que não são, acho que passa felizes como diria o poeta Manuel da Fonseca, felizes são os estúpidos, porque a felicidade não é um objetivo nem é um estado eterno.
E portanto é um empreendedor como outros seres humanos, procura sempre a sua felicidade, mas não é o estado que.. porque eu agora já sou feliz, não, não é assim que funciona e portanto..
Epah sim há muitos muitos duros, há altos e baixos, há alturas difíceis, portanto tenho a iniciativa e o contexto rejeita a minha iniciativa não é?
A professora não deixa, o meu pai não quer, a minha mãe protesta porque eu desarrumo e portanto, está aqui um contexto que não me está ajudar.
E eu vou ser infeliz com isso.
Sempre que eu tenho uma ideia, corta-me a ideia.
Sempre que eu quero fazer alguma iniciativa a minha comunidade rejeita e diz mal e até tenho alguns tipos que vão estragar.
Portanto tu vais ter sempre momentos altos e bons.
Agora pensemos em um não empreendedor, uma pessoa de estabilidade, não é?
E a estabilidade também passa por altos momentos e baixo momentos, não é?
Uma pessoa está na empresa e diz: epah, estou aqui à tecnicamente há 20 anos e não me reconhecem, também não é feliz.
Epah, estava muito bem e mas agora mudaram aqui.. mudou a chefia e eu agora, repente já estou a ser questionado, querem mudar tudo. Já não sou feliz.
Epah tinha emprego e estava feliz, mas agora de repente já não tenho emprego porque temos uma crise brutal, porque a empresa foi não é.. apareceu alguma coisa que o mercado estragou completamente o meu contexto.
Tinha aqui o meu táxi, estava feliz, nenhum me chateava, mas agora apareceu o Uber a estragar isto tudo, não é?
E portanto há altos e baixos em todos os contextos em todo o tipo de escolhas que fazemos na vida e portanto no empreendedor não é exceção.
Oh Nuno eu acho que é igual.
Não acredito naquela coisa, vais para empreendedor para seres mais feliz. Vai para uma carreira mais tradicional para ser mais feliz, epah vais trabalhar para o estado para seres mais feliz.
Epah não trabalhes para seres mais feliz.
Mesmo não trabalhando, mesmo estando na tua praia a beber um suco de frutas tropicais.
Pah tu vais ter altos e baixos.
Tu espetas uma coisa no pé não é?
Estás na praia e espetas um ouriço no pé e dizes porra!
Não podia ser, não consigo ser feliz, ficou com uma infecção brutal, tens de ir para o Hospital.
Já não és feliz, de repente naquele paraíso, não é?
Sabes que estava a perguntar também no contexto… epah nós conhecemos isto à nossa volta até muito próximos, epah sendo empreendedorismo o músculo que se desenvolve, às vezes ele fica hiper-desenvolvido e tu quando começas a ter algum sucesso ou quando começas a aprender melhor o algoritmo, não é?
Do empreendedorismo, após as ideias brotam e a tua capacidade de implementar não desaparece, portanto tu tens novas ideias e sabes como implementá-las, mas não tens é tempo ou não tens paciência e depois aquilo causa-te ansiedade.
Deixei cair aquela coisa ou gostava de ajudar a quais.
Este é um projeto tão giro e eu não posso e tu crias uma espécie de uma responsabilidade, se calhar é tão complexo de super-homem, não é?
Tem aqueles superpoderes que podia ajudar tanta gente, mas não pode estar em dois sítios ao mesmo tempo.
Não sentes isso?
Epah, mais ou menos, não é, mais ou menos…
Se por um lado podemos dizer que sim, não é? Epah sim, a pessoa gostava sempre de fazer mais, não é? Mas por outro lado, também temos que ser autocríticos, não é?
E dizer que se calhar não estamos a fazer bem, porque só gostamos de uma parte da iniciativa, não é?
Vamos pensar aqui num contexto de educação e temos o contexto em casa para os miúdos terem iniciativas e não se quê.
Depois começam a ter uma iniciativa, mas não cavam, não é?
Não fecham círculos, nunca chegam a realmente a ver se aquilo funciona ou não funciona, fazem só pequenas.. têm só a ideia, não é?
E disparam a pequena iniciativa, mas depois cansam-se e começámos isto com tecnologia, com tantos estímulos.
As crianças estão cada vez mais… de não é?
De um attention, uma atenção muito mais reduzida.
Epah agora quero fazer isto!
Boa boa, vamos embora, então vamos lá, não é?
E depois: ah eu estou cansado.
Começou a ficar difícil.
Swipe! Como dizem não é? Como dizem na linguagem…
Epah, tá aí claramente… Ele tem muitas ideias, ele tem muita iniciativa, mas não as fecha não as executa, portanto será isso é ser realmente empreendedor?
Ou é ser apenas um idiota?
No sentido que tem muitas ideias e tem muita… eu acho que esse é um ponto claramente onde temos também melhorar.
Há pouco falávamos naqueles quatro pilares ou cinco.
Agora já não me recordo bem quantos é que falava há pouco, mas epah o outro pilar final é a capacidade de execução e a resiliência para levar até ao fim, para levar até ao fim.
E eu costumo dizer vai até ao fim e não costumo dizer vai até o sucesso.
Pode ser até o limite da tentativa.
Para dizer, não funciona, mas eu fiz tudo o que estava ao meu alcance e fui até ao limite e portanto não consigo mesmo.
E saber desistir quando as coisas não funcionam também é um mérito.
E portanto para mim eu digo que ia já claramente, que é preciso também treinar esse músculo. O músculo de foco e fechar ciclos.
Porque nós, pois claramente muitas vezes o que fazemos é.. epah não fecharmos os ciclos e já queres abrir outro.
Mas porquê?
Ainda estás à procura de outros brinquedos e não brincaste com este.
E o empreendedor muitas vezes também é assim, mas eu diria que esses são os empreendedores metralhadora, os empreendedores bazuca, não é?
Agora está na moda falar muito bazuca, embora pronto, na educação falar de armas não é coisa melhor.
Bom, mas eu acho que temos que deixar de ser não é… de fazer cócegas em muitos instrumentos e fechar.
Fecha ciclo e depois sim.
Tu reparas, a gente depois…
Eu oiço sempre as comparações.
Epah está bem, mas o Jazz Bass e a Amazon têm milhares de negócios.
Têm, pois têm.
Mas cada um deles, tem a densidade e a dimensão suficiente para conseguirem ser considerados um negócio. E para além disso, ele não o fez logo todos ao mesmo tempo.
Ele foi fazendo e foi criando a máquina e a estrutura para os conseguir fazer.
Epah, mas a Nestlé tem muitas marcas, a Prot Gamble tem muitas marcas..
Por tanto eles também começaram com o… certo.
Mas só depois de terem o negócio, eles dizem assim: agora podemos tentar agora aqui testar e abrir o outro, não é?
Porque se não abres muito, não fechas nenhum, dispersas e pelo contrário, quer dizer, o que podias fazer, não o fazes, porque está disperso.
E portanto atenção, e estou aqui assumido comum como um idiota destes, ou seja, como uma pessoa que abre muitas projetos e muitas oportunidades e que depois…vê se mal como muitos, digo eu, da nossa cultura mais Latina também tem.
Se vais para os anglo-saxónicos, tu ou mesmo pronto,países mais a norte da Europa, tu vês o contrário.
Tu vês um hiperfoco, muito grande.
Tu ves que perdem mais tempo no início, na exploração para encontrar realmente à vida que querem seguir e depois a partir daí, um hiperfoco muito dedicado, e portanto acho que temos que aprender com isto também.
Claro, olha lá.
Exemplos para ti de empreendedores bem-sucedidos, três ou quatro que te inspira, tais como, curioso.
Interessante eu não sei se vou dizer nomes, mas vou te seguramente tentar ser contra-intuitivo, tipicamente se fores fazer esta pergunta muitos de nós vamos dizer: olhar para cima, vamos olhar para o Silicon Valley, olhar para as oportunidades, aquilo que se vê, que se aspira, as aspirações… o lado aspiracional da coisa.
E o que me interessa mais, acho mais interessante olharmos para baixo com esse olharmos para o lado e aí é onde eu acho que é interessante encontrar os bons exemplos e tou te dizer isto, porque me inspira mais num país ou numa comunidade como à pouco falávamos menos membros com menos condições.
Mais sofisticavel.
Sofisticada se quiseres, emergente assim mais sofisticada e tu dizeres assim como é que esta malta conseguiu fazer este este caminho. Como é que se aqui se está a fazer tanto impacto, tão significativo na vida humana.
Acho isto mais interessante, há quem lhe chame “Reverse Innovation”, não é?
Que é veres os países emergentes, o que é que está acontecer nos países emergentes e depois até, porque antigamente não era dos países sofisticados e desenvolvidos e depois fazias o drill down, levavas importação dessa inovação para os países emergentes.
E o que estamos agora assistir, também muito é que há muitas inovações que vêm dos países emergentes e que depois podem ser aplicados nas comunidades também nas sociedades mais sofisticadas.
Eu gosto desse reverse innovation, e portanto sou mais, sou mais inspirado muitas vezes por coisas que se descobrem na Índia, na Ásia, em África, no Brasil, na América Latina ou.. não é?
Que aqui os nossos pares ao lado estão a fazer coisas realmente diferentes e importantes.
Portanto sou mais sensível a este tipo de referências, do que às referências ditas clichê das notícias, quer dos Silicon Valley, quer das europas sofisticadas, quero mesmo que aqui do nosso Burgo, Portugal e Brasil, não é?
Que nós tendemos sempre a ver estes exemplos que estão nas notícias, como os exemplos, mas eu acho que faremos um serviço público em descobrir os pequenos empreendedores que fazem, geramento diferente, não é?
Para fazer ligeiramente, impactos que duram.
E se eu te pergunta se exemplos de empreendedores mal sucedidos?
Eu diria todo bom empreendedor foi mal sucedido no seu percurso, portanto eu diria que todos eles, quiser há gente que fala, só para dar o exemplo agora mais clichê, Steve Jobs, epah é um Deus, não é? Na terra.
Não sei pronto, o Steve Jobs sempre muitos e rotundos e caros fracassos.
Agora falamos do chefe Jeff Bezos, Jeff Bezos lançou N iniciativas dentro do seu ecossistema, grupo Amazon, que não foram a lado nenhum e que gastaram muito dinheiro. E o Jeff Bezos era até há pouco era uma espécie de perdedor, porque a Amazon continuava a perder dinheiro sem parar, claro que o Andy Gamer era forte, tinha ali um.. tinha uma lógica.
Mas claramente, houve muitos outros que também fizeram esse caminho que não foram bem sucedidos, mas no próprio Jeff Bezos que foi bem sucedido nesse noutro…
Mal sucedida é não tentar, sabes?
E para mim esse é o ponto, se tu tentaste e fizeste tudo o que conseguiste e aprendeste com isto, para mim és bem sucedido.
Portanto eu acho que é mais o retorno da aprendizagem, do que o retorno do sucesso ou dinheiro ou da fama, com fama Fortuna e não sei mais o quê.
Porque de facto, na vida não é o que é sucesso uma pessoa de sucesso, é o mesmo conceito, epah tens sucesso, porque tens dinheiro no banco.
Será? E vais para o cemitério e pronto, na mesma não é? Meto uma uma caixa melhor.
Epah, está bem, porreiro.
E depois ficam os teus descendentes a discutir todos, não é?
Começar com partilhas, são sempre uma… esse aí é igual em qualquer país não é?
Dos mais ricos aos mais pobres.
Partilhas é sempre uma desgraça.
Por isso não sei se isso realmente é ser bem sucedido, não sou fundamentalista.
Porque é que acha que alguém se torna empreendedor ou… já deves ter feito esta pergunta muitas vezes, talvez até nos questionários das aulas, quais são os os porquês das pessoas escolherem este caminho, tipicamente quais são?
Está estudado isso também não é?
Há N estudos sobre essas razões para empreender.
Obviamente que há muitas que são muito ligadas à vontade, quero fazer.
Há muitas outras ligadas à necessidade, epah fiquei sem chão, preciso de fazer, não é?
E há pouco estávamos a dizer as comunidades menos bem servidas, não há empregos aqui na… portanto temos que fazer pela vida e não estou só a dizer, a falar dos países emergentes.
Se fores, por exemplo, a um excelente Cassidy de empreendedorismo em Detroit, quando as fábricas de automóveis e toda o ecossistema da cadeia de valores começou a fechar começaram a surgir N iniciativas de novas, porque as pessoas não tinham emprego, tinham que procurar claramente emprego
Há também nos Estados Unidos direito, por exemplo, em Israel não é?
Os veteranos da guerra ou os ex militares, depois vão montar o seu próprio negócio.
Portanto só para dizer que não é só nos países de… a necessidade não existe só nos países com menos, digamos condições.
Portanto, vontade, necessidade e eu diria que a terceira é a oportunidade.
E acho que a oportunidade é também muito importante, quando alguém identifica uma oportunidade mesmo não sendo ela própria, digamos que um empreendedor nato pode dizer assim: Epah, espera aí, que há aqui uma oportunidade interessante, um caminho alternativo e também se ficar.. para mim seriam essas três grandes razões para empreender.
Há um quarto, há um quarto, mas eu não gosto de falar dele, não é?
Que é vaidade.
OK
Que é vaidade, porque tem a ver com um bocadinho com, não é?
Dinheiro, status e razões menos positivas, mas são as má razões para se empreender, eu acho que as boas razões são estas, não é?
Vontade de criar impacto, de acrescentar o valor ou de mudar alguma coisa.
Ter uma necessidade de criar valor para capturar o valor, não é?
Ou tenho uma oportunidade para criar valor e realmente acrescentar aqui alguma coisa.
Para mim está muito mais na criação de valor, do que noutras razões menos positivas.
Ora, esta pergunta é um bocadinho mais longa, e basicamente desafiava-te a pegar na parte ou nas partes que te interessarem mais, porque realmente são muitos
temas e nós precisávamos de dias para debater isto..
Mas passa um bocadinho pelos mitos associados ao empreendedorismo, o empreendedor trabalho muitas horas por dia, há muitas vezes a perguntar como é que é o teu dia normal enquanto empreendedor.
E depois à todas as coisas mais práticas, que é como é que se conjuga com a vida familiar? O que é que te motiva?
como é que tu geras as novas ideias?
Como é que tu geres o medo ou a falta dele?
Os obstáculos e depois no fundo quais são os teus ideiais enquanto empreendedor.
Portanto estas coisas todas seguramente que alguma te abriu o apetite pacaio.
Sim, se calhar tu, a perguntar um pouco como é que isto se encaixa na tua vida normal não é?
Ser empreendedor e como é que isso também se eventualmente se treina, se educa, para estarmos mais prontos para isso no futuro não é?
Epah, mais uma vez eu sou uma pessoa pouco sofisticada, os teus convidados têm teorias um pouco mais profundas sobre o tema e eu sou mais básico.
Epah,eu não sei muito bem não é?
Eu acho que há coisas importantes, mas são importantes não é por serem empreendedoras, são importantes na vida no geral.
Se tens uma família que não te apoia ou que não entende ou que não gosta do quer que seja que tu fazes.
Tu vais ter obviamente uma vida mais difícil.
Tu vais ter mais dificuldades encaixar as coisas não é?
Se tu queres jogar futebol e a família quer que tu sejas médico, tu vais ter mais dificuldades.
Não há aqui dúvidas não é?
Se queres montar alguma coisa, queres ter a iniciativa para criar uma organização social no teu bairro ou queres fazer montar um negócio na tua garagem não é?
Epah e a tua família diz te nem pensar, filho estuda e não sejas…
Por muito que digas, precisas de ir lá agora à noite ou vais um fim de semana fazer, a família não vai entender.
Isto é válido enquanto pais, educadores não é?
Mas também é válido enquanto casal e portanto o pilar da família tem que ser um pilar importante, quer na carreira mais tradicional, quer carreiras menos convencionais. Como é o empreendedorismo não é?
E portanto, para mim esse é um pilar fundamental para tu conseguires conciliar tudo.
Atendo esse caminho, essa base essencial, tudo se consegue.
Como é mesmo, com as relações, com o amor, tudo se consegue.
E portanto para mim, depois é uma questão de julgar, de julgar com prioridades, com tarefas, não é?
E aí é como qualquer projeto, como é que tu geres uma… tens muito.
Eu não acho que tenhas muito mais, eu vou te dizer, eu como sabes tenho uma uma carreira que tem três grandes blocos, não é?
Eu trabalhei como executivo nas multinacionais de grande consumo multinacionais, etc Portugal e fora.
E portanto tive uma carreira mais tradicional, desde 2004 em que regressei a Portugal, para casar com a minha mulher portuguesa, e que desde então sou empreendedor.
E 2005 quando comecei a dar aulas e que também tenho a academia, também academia tenho empreendedor e tenho a carreira mais tradicional e corporativa.
Bem vou te dizer, que em todas elas, eu tenho os mesmos desafios.
Tenho falta de tempo, tenho coisas a mais para fazer, tenho as dificuldades que tu estavas a mencionar não é?
E portanto se não tiver o pilar fundamental que é a família e essa base, se não tiver outro pilar fundamental que é a minha própria saúde, física, emocional e psíquica bem fundamentada, quer dizer eu vou andar sempre em desequilíbrio.
Para mim essa é a condição para tudo, mas é válida como te disse nos três cenários, no contexto em que eu vivi se for válido, porque mo início da minha carreira corporativa eu fazia noitadas, não é?
No meu primeiro trabalho cheguei a fazer duas e três noitadas por semana.
E portanto tinha aí tinha e quando nós estavam… bem as coisas na altura, não tinha a minha família também ainda constituída, posso dizer que até tinha mais liberdade no sentido, mas era pior que eu não estava tão completo como agora estou.
E portanto isso acaba por desequilibrar muito mais.
Agora muito mais equilibrado, muito mais fácil de gerir isso, porque tenho felizmente os pilares familiares muito sólidos
Isso é a ponte certa para a minha próxima pergunta.
Tu és pai de três filhos, dois rapazes e uma menina.
Como pai que a ansiedades é que tu te identificas e que ambições é que tu tens para os seus filhos?
E tu tens uma resposta ótima que eu já conheço, mas que eu quero tornar universal.
Epah, eu não tenho muitas ansiedades.
Eu ao contrário do que… não sei se era isso que estavas à espera que eu respondesse, mas eu quero é que eles façam o caminho deles e que aprendam e sejam felizes sobretudo, ou claro que há uns fundamentos, coisas fundamentais que me geram um bocadinho mais de preocupação.
Mas de resto eu não estou no pai otimizador, não é?
O pai que quer sejam os melhores do bairro, as melhores do mundo.
Se eles quiserem ser os melhores do mundo, eles que lutem por isso. Se eles quiserem ser os melhores do bairro, epah, eles que treinem.
Eles que ponham esse objetivo e que façam.
Eu nesse aspecto sou um bocadinho mais, menos estressado. Nesse aspecto preocupa-me mais valores, esses sim são mais uma coisa que me preocupa, acho que o mundo já está cheio de bandidagem, quando eu fui tomando as decisões de ter mais filhos, até no meu círculo de amigos eu sou capaz de ser dos que têm mais filhos.
Como é que é possível, pah o mundo está não sei, tá mal.
E eu disse: epah, por isso mesmo. Vou por pessoas do bem do lado certo da força com o coração do lado certo, para tentarem mudar um bocadinho mais este mundo.
E portanto, esse é uma preocupação que tenho, os valores.
E depois algumas coisas mais simples e básicas que podem ajudar e que têm a ver não com conhecimento, não têm a ver com competência A ou B, mas tem a ver com métodos de trabalho, métodos de tentar quase que organizar as próprias vidas deles, não é?
Para conseguirem atingir qualquer objetivo que queiram, se eles não tiverem método de trabalho, vai ser mais difícil vão ter que fazer o seu caminho, mas vai ser mais difícil.
Se eles não tiverem valores, epah vai ser menos positivo e portanto são essas duas coisas que eu acho mais importantes.
Educação, valores, métodos de trabalho e disciplina e essa resiliência para aguentar os impactos que aí vêm.
Emocional sobretudo, mas etc.
E o resto, não me estressa nada.
Epah, outra coisa que também… não te preocupa não deixares nada para os teus filhos e de…pois não me preocupa nada pah.
O dinheiro que está a ganhar sou eu não sou eles.
Gosto imenso de… não fizeram nada para merecer isto, pah.
Há um comediante que é o C.K Louis, se pesquisarem no Google eu sei que depois podes meter aí nas notas.
C.K Louis a falar sobre os filhos, ele é um comediante, é isso mesmo.
É o Louis C.K que tu queres dizer.
Talvez, pois é capaz e ele diz isso claramente.
Quem faz o show sou eu, eles não ganharam nada, são filhos da mãe, que só bebem biberão
Com humor, eu acho que é um pouco isso.
Não tenho grandes ansiedades, o caminho é deles, a vida é deles, eles que se amanhem, um pouco assim.
Claro que estou a dizer isto, mas tentarei sempre criar mais o contexto e o espaço para que eles possam emergir, esse para mim seria o ponto principal.
Eu não estou com isto a dizer que sou totalmente hippie e não sei que, simplicidade e naturalidade não tem que estar nas melhores escolas, não.
Para quê? Para serem felizes?
Eles tem que ter uma escola que seja um bom espaço para eles irem acrescentando os seus legos à sua vida, não têm que ter todo o tempo ocupado a estudar e a fazer coisas.
Epah, porque também é importante desenvolver outras… a brincar e a terem tempo ocioso e terem paciência para muitas vezes para o que seja, não é?
E portanto não sou estressado, zero nesse aspecto, pronto são essas as duas coisas.
Outra ponte, excelente para… a minha pergunta seguinte era até como é que nós podemos melhorar a escola?
Mas também tenho aqui um ponto, e eu sei que esta é difícil.
Mas eu também queria falar do lemonade por isso se calhar casamos estas duas perguntas porque são ótimas.
Pah, nós trabalhámos juntos no projeto chamado Lemonade Festival do qual tu és o pai e a mãe.
Eu sou tipo um tio afastado.
Não, de todo.
E não me esqueço daquela reunião, onde tu desenhaste num guardanapo a estrutura do Lemonade e pronto eu fiquei a tremer de excitação e de inspiração.
E o festival Lemonade evoluiu muito, porque a tua equipa também contribuiu muito para o assunto.
E depois tivemos muitos parceiros e muitos convidados que acabaram por enriquecer muita a ideia.
Mas pronto, o objetivo do Lemonade era sensibilizar a sociedade para a importância de se ensinar em competências mais soft e competências empreendedoras às crianças desde pequeninas.
E portanto tu de certa forma também formatar a escola ou educação para focarmos um bocadinho mais calhar se calhar na responsabilidade, comunicação, na empatia, em alguns princípios fundadores da empreendedorismo.
O que é que foi para ti o Lemonade?
Cada um de nós tirou se calhar a sua parte.
De onde é que aquilo?
Aquilo estava te a queimar na mente, porque aquilo pareceu ser tão naturalmente não sei, fala me um bocadinho sobre isso.
Não, eu continua me a queimar.
Acho que aliás como estamos aqui a conversar essas coisas, são também são coisas que estão na minha… pelo menos no meu radar ou na minha lista de preocupações e intenções.
E portanto, eu continuo a acreditar na missão e continuo a achar que o projeto tem um espaço para isso.
Acho que não fomos consequentes e há pouco falávamos disso, nos empreendedores podíamos ter, devíamos ter continuado.
Aliás estamos agora com essa conversa também para recuperar isso, não é?
Como tu também já disseste que.. e acho que não fomos totalmente bem sucedidos, embora o evento tenha sido um sucesso, num contexto giro, acho que foi ótimo e foi uma primeira semente que para mim funcionou como uma experiência ou na validação do que fizemos.
No entanto sendo autocríticos, eu acho que ficámos a uma fração daquilo que poderíamos fazer.
A missão continua lá, a necessidade e oportunidade continua lá.
Acho que temos de trabalhar mais e melhor para fazer disso uma coisa realmente com mais impacto e com mais tração no mercado, e não estou a falar de negócio, porque tem um fim.
Sobretudo de criação de agenda não é? Como tu estavas a dizer.
Para mim a importância do que está ali desenhado como missão é de facto nós curarmos e estruturarmos iniciativas que estão perdidas.
Formas diferentes de passar de facto uma nova forma de aprender mais do que educar, de aprender e treinar estas competências, esta forma de mais empreendedora das pessoas, das crianças, para se transformarem em pessoas.
E eu acho que essa missão continua muito viva, porque continua a ser necessário a forma de implementarmos essa missão, acho que está apenas a começar.
Acho que o festival é uma coisa, não é?
Mas acho que tem muita coisa para ser feita ainda com muito potencial para ser feito e acho que esse é o desafio do grupo empreendedor que está por trás disto, que é dar corpo, criar um veículo que permita realmente a chegar a atingir essa missão e escalar essa missão para até onde pode ir.
Mas para mim, foi um orgulho foi espetacular.
Foi uma validação de que existe de facto, iniciativas, pessoas, formas de criar aprendizagem em competências não standard. Suficientes, existe matéria suficiente para nós levarmos isto para o novo patamar em termos de generalização.
No entanto, mais uma vez, não sei se o veículo foi suficiente, não sei se a abrangência foi a suficiência, a cobertura foi suficiente e portanto o desafio para mim é:
Como é que a gente vai refazer realmente esta escala de impacto?
Como é que a gente vai transformar isto num rolo compressor e não apenas só num fugaz e acho que esse aqui é o desafio também do empreendedor não é?
O último pilar que eu falava não é?
Nós fizemos a parte preparatória, nós fizemos a parte criativa, nós fizemos a parte de validação com a primeira edição da iniciativa. Mas agora temos que começar a criar a parte da execução, a parte da digamos que da expansão desse impacto, desse valor criado.
Para mim a missão mantém-se, para mim a frustração por não termos ainda feita essa continuidade mantém-se, para mim a esperança ou a vontade de o fazer e de arregaçar as mangas quanto antes, mantém-se.
Só que é como tudo, temos de fechar ciclos outros ciclos para abrir um ciclo totalmente consciente e dedicado para fazer acontecer.
Porque se não, é apenas para por mais uma coisa no to do list, no carro e depois só nos gera ansiedade.
Então tem que ser bem consciente e bem pensado.
Antes de voltar a esse assunto que eu ainda queria rebuscar uma pergunta.
Dizer que pronto, nós tivemos… que a autoria também é da Marta Gonzaga que eu não à bocado, porque estava lançado na pergunta, que foi também autora do Tarex Kids.
E portanto ajudou imenso na parte também da escolha dos convidados e mediação do projeto.
Miguel, da parte do Lemonade, originalmente aquilo foi um festival e portanto nós na segunda edição que iniciamos, mas depois não terminamos, tínhamos a ideia de tornar aquilo num projeto se calhar mais distribuído no tempo e com outras iniciativas.
Tu achas que vale mais por esta parte dos eventos, porque nós possamos canalizar muito mais atenção e muito mais pessoas e meios de comunicação social quando a gente diz…
Há ali um ponto do tempo onde vai acontecer esta coisa e nós podemos sensibilizar as coisas e é um bocadinho como o dia da criança ou o natal pronto.
Vamos ser família no natal uma vez por ano e portanto conseguimos canalizar para ali toda a nossa paciência e esforço.
Ou é uma coisa que a gente tem que colocar na escola ou na web, temos que ter conteúdos semanais ou diários sobre o assunto.
Como é que achas, o que achas que tem mais impacto na eficácia?
Estás me a perguntar, para fazer aqui agora rapidamente aqui uma discussão sobre o que é que pode ser o futuro dessa missão, a forma de fazer.
Eu acho pode ser tudo isso que tu acabaste de dizer.
Hoje em dia, eu diria aconteceu há 3 há três anos.
Eu acho que hoje em dia, existem outras e mais iniciativas com missões parecidas e com pelo menos com potencial de nós olharmos para a forma como estão a fazer impacto em emissões parecidas.
Sei lá.
Se tu olhares para um exemplo, se olhares para o que está a ser feito na parte de competências digitais, acho que há muitos bons exemplos de inovação na educação. Ou para criar agenda. Ou para criar contextos de aprendizagem. Ou para escalar e levarem esse impacto a mais pessoas e a mais comunidades.
E portanto eu diria que tem cinco anos muito intensos na área da inovação da educação.
Acho que estamos apenas no começo, porque cada vez mais a sociedade está mais consciente para isso.
E portanto eu acho que claramente, hoje em dia olhando para que o que é esta oportunidade, chamar-lhe assim, desta missão de levar outro tipo de competências não é?
E perceber o que é que se faz e o que é que as boas práticas de treino e aprendizagem de outro tipo de competências é assim que eu sumarizava esta missão.
Será para isto, eu diria que podes claramente evoluir muito num track de notoriedade de pôr na agenda.
Acho que tem muita coisa para ser feita.
Acho que tens muita coisa para fazer na área de curadoria de escolher as melhores práticas e também disponibilizá-la quase como um open source para quem quiser agarrar e levar.
Acho que há muita coisa para ser feita aqui.
E acho que há muita coisa para ser feita também para escalar impacto.
Eu vejo esses três grandes pilares, como avenidas de desenvolvimento da próxima fase desta missão.
Claro que eu já tenho para cada uma delas… eu consigo ver N estratégias e ações possíveis, mas acho que é precipitado sem falarmos sem aqui ao vivo e a cores sem se discutir isto.
E sobretudo sem ver depois que parte que me indefesa, não é?
Que é a consequência, ser consequente não é?
Uma coisa é desenharmos um guardanapo outra coisa depois é implementarmos e para não ser um fogás e pouco consequente, eu acho que temos que ter essa seriedade, não é?
E criar algo que seja repetível, escalável e pronto e obviamente sustentável também em termos de modelo. Porque se não, acaba por não ajudar.
Eu acho que isso é essencial.
Se quiseres o que te estou a definir o que te estou aqui a dar minha opinião sobre isto, acontece com as iniciativas voluntariosas
Ok, não estou a falar de voluntariado estou a falar de voluntariosas.
Voluntariosas são quase como.. há aqui um problema no bairro, vamos montar alguma coisa para resolver o problema no baixo.
Neste momento estamos todos muito entusiasmados com isso, neste momento vamos todos meter aqui umas horas extra, mas depois de fazermos alguma coisa não é?
Há muitas delas depois morrem logo aí pelas discussões.
Começa logo aí a remoer e a coisa parece uma reunião de condomínio e a coisa perde-se.
Depois outros, que me aguenta, porque há ali realmente vontades e as vontades unem se, criasse uma espécie de movimento ou algum projeto.
Mas depois tu ves que faz um bocadinho, mas não faz tudo. Ou faz uma vez, mas não faz mais.
E eu acho que isso acontece muito no empreendedorismo mais social, não é?
Isso acontece muito no empreendedorismo, alguns amigos que se juntam que trabalham à noite, etc. Fazem um bocadinho não é?
Ou mesmo assim, quando montam e fazem um primeiro ciclo etc.
Mas depois a travessia do deserto não é? Cada um destes três momentos tem aqui uns abismos terríveis.
E ultrapassar abismos eu acho que é o grande segredo da sustentabilidade e da continuidade do que é o empreendimento, porque é um projeto qualquer não é?
E eu acho que precisamos precisamente também de ultrapassar o abismo.
E eu acho que nós nesta missão, só fizemos uma parte e não continuamos, não ultrapassarmos o abismo que tinhamos à frente.
E portanto para mim um dos segredos também do empreendedorismo é ultrapassar os abismos e há quem a ultrapasse a voar por cima, outros fazem uma ponte, outros vão lá abaixo e depois escalão para cima outra vez, com sangue nas mãos e tudo mais.
Outros conseguem fazer não é?
Não é voar, eles vão à lua rapidamente para passar o abismo, depois já ficam na estratosfera e consegue fazê-lo.
Esse abismo existe e nós temos um abismo.
Nós também nesta missão temos um abismo da dificuldade da implementação e portanto cabe-nos a nós ultrapassá-lo ou não.
Fizemos uma avaliação, o contributo para o fogás.
E como diz o outro: foi bom enquanto durou..
Efetivamente foi glorioso, foi um prazer absolutamente enorme e as memórias ficarão para sempre.
Portanto se fosse só aquilo eu vou te dizer…
Podias por o vídeo para as pessoas verem.
E vou por depois o link, como vou por uma série de links dos teus projetos que estão vivos.
Foi glorioso e valeu por si próprio, portanto nunca me esquecerei das memórias e das aprendizagens e dos contatos.
O que está por fazer, eu acho que será feito nós somos novos e temos tudo ao nosso alcance.
Eu acho que esse abismo que tu identificas muito bem, devesse a nós tinhamos o prato cheio com outras coisas e não podíamos deixá-las cair, portanto nós fomos encurtar os abismos.
Mas o mérito foi ultrapassarmos outros abismo.
Ah temos muita vontade, mas não fazemos nada,
Abismo ultrapassado, fizemos.
Ah fazemos alguma coisa, mas não lançámos!
Ultrapassámos esse abismo, lançámos.
Ah fizemos um bocadinho, agora podiamos fazer outros e mais e corrigir o que não funcionou.
Esse é que nos falta fazer.
É uma questão de ordenar prioridades e voltar a colocar isso lá no topo, portanto será feito. Quando estivermos prontos para esse passo.
Eu aí eu estou tentando ser gentil connosco próprios, porque nós podemos culpabilizar aqui até o infinito e realmente eu também considero que é um objetivo urgente.
Aí normalmente também somos diferentes não é?
Eu sou mais alta punitivo, eu sou, eu gosto de dizer assim: não foi bem efeito.
Se doer, então agora vamos fazer bem feito
Tu és um pouco mais mais gentil, epah não foi, ainda vai ser.
E acho que no meio estará a virtude como sempre não é?
Nem ser auto fustigar de uma maneira de facto de que nascem livres e que nos que deixa imobilizados.
Nem passar panos quentes que nos desculpabiliza e que não nos faz ser uncountable, mas eu acho que… quer dizer os americanos, bom agora é um bom exemplo, porque até não estou a conseguir fazer, levar isso…
Temos com esta coisa do Donald Trump, mas os americanos são muito bons neste lado de eles, para eles uma palavra muito forte é countability, se quisermos responsabilidade eles, quer dizer no contexto empresarial e eu sei que trabalhei muito nos Estados Unidos.
Epah, no contexto empresarial, no contexto da escola, no contexto pessoal tu tens que ser “held accountable” como eles dizem, que é ser responsabilizado e eu acho que isso também no contexto do empreendedorismo é essencial.
Nós assumimos as coisas também como nossas, eu não estou a dizer com isto seja imobilizador.
Estou a dizer com isto que seja consciente e também num contexto de educação não é?
Quer dizer, eu lembro-me de partir candeeiros em minha casa.
O meu pai perguntava: quem é que partiu candeeiro?
E nós dizíamos: partiu-se! Estragou-se!
Não fui eu é claro e eu acho que temos que dar também uma nota importante que é ser empreendedor também é isto é nós também próprio sermos uncountable, sermos responsáveis pelas coisas boas e más.
Então vá, chamar a mim essa responsabilidade, agora quando acabar aqui o confinamento, vamos marcar um encontro e vou levar um monte de guardanapos para escrevermos os nossos próximos projetos.
Vamos embora, Nuno, quando quiseres.
E eu acho que para melhorar este lado do empreendedorismo não empresarialismo, mas do empreendedorismo eu acho que há muito good wheel, há muita vontade porque sabemos que isso é um contributo que nós podemos dar.
Para uma mulher, portanto para mim já sabes que contas comigo.
Estamos alinhados.
Mestre, muito obrigado, um grande abraço e até breve.
Obrigado eu.
Um abraço e para toda a gente que nos está a ouvir, muito obrigado por estarem aí e por continuarem a acreditar numa melhor educação.
Eu agradeço em nome de todos.
Um grande abraço e até breve!
Obrigado, obrigado.
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